A cidade de Franca é internacionalmente conhecida e é destaque em vários segmentos da economia, do esporte e da história do país - a cidade do basquete, a cidade do calçado, a cidade do café, a cidade do diamante, a cidade do relógio do sol - mas o que faz dela ser a cidade mais linda deste país são as pessoas que nela vivem.
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'Terra do calçado', Franca é a cidade do Brasil que mais contratou em 2015

Dados do Caged mostram que foram criadas 5.529 vagas de janeiro a julho.
‘Motivo é o produto’, diz presidente do Sindicato da Indústria de Calçados.



Aquecida pelas exportações da indústria calçadista, Franca (SP) foi a cidade brasileira com maior saldo positivo de contratações no ano. Os dados do Ministério do Trabalho e Emprego, divulgados na sexta-feira (21), mostram que a cidade abriu 5.529 vagas entre janeiro e julho.

O crescimento, contudo, não reflete o balanço dos últimos 12 meses, que mostra um fechamento de 2.282 vagas no município, conhecido como terra do calçado masculino. Apenas em julho, 562 foram encerradas.

Segundo números do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), o setor responsável pelo maior número de oportunidades desde janeiro em Franca foi a indústria de transformação, acumulando 4.749 novos empregos – uma variação positiva de 14,75%.


Em seguida, apareceram as áreas de serviços, com a criação 972 vagas, e a de agropecuária, com 330. O aumento total representa uma variação positiva de 6,05%.

Entretanto, o cenário de oportunidades não se reflete na análise dos dados de julho, quando 562 vagas foram fechadas, totalizando um saldo negativo de 0,58%. No setor da indústria, 1.908 trabalhadores foram demitidos e 125 postos foram extintos.

Calçados

Motor da economia de Franca, a indústria de calçados também sofreu com o fechamento de 68 vagas em julho. O número, contudo, não é visto com pessimismo pelo presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca (Sindifranca), José Carlos Brigagão, já que, no mesmo período de 2014, o saldo negativo era de 330.

Ao mesmo tempo, o saldo de contratações do ano se mostra positivo e 25 mil pessoas estão empregadas no setor, quando a média dos últimos 10 anos é de 24 mil. “O motivo é o tipo de produto. Ele tem alto valor agregado, mas é barato do ponto de vista de aquisição do consumidor”, destacou o presidente.

Segundo Brigagão, mesmo em crise, o mercado interno continua comprando, possibilitando a manutenção da produção, que também começa a ser aquecida pela expansão do mercado internacional e já apresenta superávit de quase 100% em relação ao ano passado.

Um novo acordo com a China também possibilitará o aumento das exportações, que atualmente é dominada pelos Estados Unidos, e, consequentemente, permitirá a abertura de novas vagas.

“É preciso que o governo acorde e descomplique o Brasil. Porque Franca é um exemplo que se descomplicar, a gente pode até dobrar a capacidade produtiva da cidade. Mas precisa descomplicar, principalmente com redução de carga tributária”, ressaltou Brigagão.